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Congresso Nacional dos Jornalistas
Como sede do 30º Congresso Nacional dos Jornalistas,
Manaus e a região amazônica inspiram os jornalistas brasileiros na tomada
de suas principais decisões neste momento crucial para a existência
da própria categoria. A Amazônia, com sua riqueza
bionatural e importância planetária, espelha a diversidade e a abrangência
da atividade do jornalista como responsável pela difusão da informação,
um bem público essencial à construção de uma nação de cidadãos. A satisfação do direito dos cidadãos a uma informação
plural, ética e verdadeira está ameaçada com a decisão provisória da
Justiça de suspender a exigência do curso superior de graduação em jornalismo
para o exercício da profissão. O desafio para a categoria é garantir
a regulamentação da profissão e avançar na constituição dos Conselhos
Federal e Regionais de Jornalismo. Ao mesmo tempo em que lutamos para manter conquistas
históricas e alcançar um patamar superior de organização, chamamos a
atenção de toda a sociedade brasileira para a importância de assegurar
a instalação e o funcionamento do Conselho de Comunicação Social, na
plenitude de suas prerrogativas. Essa conquista é resultado de um longo
esforço pela democratização da comunicação no país, parte da luta geral
do povo brasileiro pela transformação social e pela democracia. Vivemos um momento histórico em que se vislumbra
a possibilidade de superação do atual modelo econômico e social excludente.
Os jornalistas, parte da classe trabalhadora, duramente atingidos pelo
flagelo do desemprego e pela precarização das relações de trabalho,
assumem a sua responsabilidade. Estamos diante de um cenário que põe em questão
o próprio destino do Brasil enquanto Nação e dos(as) brasileiros(as)
enquanto povo. Um quadro que postula - mais do que um novo governo e
uma nova maioria política-parlamentar - a formulação de um projeto de
Brasil que materialize uma ruptura com o modelo atual. Reconhecemos a existência de outras candidaturas
dentro do campo democrático e popular, mas assumimos a responsabilidade
histórica de apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva como
a que melhor expressa a possibilidade da construção desse novo País.
Ao mesmo tempo, chamamos a responsabilidade dos jornalistas para, dentro
de suas possibilidades de atuação profissional, assegurar a livre expressão
da manifestação do pensamento e do voto popular, impedindo qualquer
manipulação da informação, em benefício ou em prejuízo de quem quer
que seja. O país que almejamos é, também, o mundo que
almejamos. Uma vez ainda inspirados na força que emana da diversidade
de formas de vida da Amazônia, os jornalistas brasileiros defendem o
desenvolvimento sustentável como condição de sobrevivência do Planeta.
Enfim, queremos um mundo onde impere a livre determinação dos povos,
a soberania e a autonomia das nações, em busca da cooperação e da paz
mundial.
Manaus,
01 de junho de 2002. |